Por que me sinto tão esgotado atendendo crianças com TEA?
- Iza Dalonso

- 16 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de jun.
Se você trabalha no atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), provavelmente já se fez essa pergunta. E, sim, ela é mais comum do que parece.

O trabalho é incrível, cheio de significado, transformador… Mas, muitas vezes, vem acompanhado de muito cansaço, estresse e até sensação de exaustão emocional e física.
Mas por quê?
👉 A resposta está no alto nível de demanda emocional, física e cognitiva.
Atender uma pessoa no espectro exige estar atento o tempo todo, interpretar comportamentos, se adaptar, manter o controle, gerenciar emoções — as suas e as da pessoa atendida.
👉 A falta de preparo para lidar com comportamentos desafiadores também pesa.
Quando acontecem situações como agressividade, crises ou episódios de autoagressão, se você não se sente seguro sobre como agir, o nível de estresse vai lá pra cima. Isso gera medo, frustração e aquela terrível sensação de impotência.
👉 O medo de errar te paralisa.
Muitos profissionais carregam um medo enorme de tomar uma decisão que possa gerar desconforto na criança, desagradar a família ou, pior, não ser eticamente correta.
E tudo isso somado te leva à exaustão. Não é só o corpo que cansa. É a mente. É o coração.
Mas há saída.
✔️ Quando você tem as ferramentas certas, tudo muda.
Aprender a prevenir crises, ter estratégias claras, saber exatamente o que fazer (e como fazer) em momentos difíceis traz segurança, alivia o estresse e te permite voltar a enxergar o propósito lindo do seu trabalho.
Se você vive essa dor, saiba que você não está sozinho — e que existem formas de tornar sua rotina mais leve, segura e eficiente.
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Artigo 2:
“Crises de agressividade: o que fazer quando nada parece funcionar?”
Se você já passou por um episódio em que a criança ou adolescente no espectro teve uma crise de agressividade, sabe exatamente como isso te impacta.
É aquele momento em que parece que nada do que você faz funciona.
As instruções não são atendidas. O ambiente fica caótico. Você tenta manter a calma, mas por dentro, sente medo, insegurança e até impotência.
E a pergunta vem na sua cabeça:
“O que eu faço agora?”
👉 A primeira coisa que você precisa saber é que isso não acontece porque você é um profissional ruim ou despreparado. Isso acontece porque não fomos ensinados a lidar com crises de comportamento no início da nossa formação.
👉 A segunda coisa é que, sim, existe protocolo, técnica e método para isso.
Mas, infelizmente, muitos profissionais ainda atuam no “instinto” ou na tentativa e erro, o que, além de desgastante, pode ser perigoso tanto para quem atende quanto para a pessoa em crise.
O que você precisa é de três pilares:
1️⃣ Prevenção:
Saber identificar os sinais de que uma crise pode acontecer — e intervir antes que ela escale.
2️⃣ Intervenção Segura:
Se a crise se instala, você precisa ter clareza sobre como agir. Técnicas físicas seguras, estratégias de bloqueio ou redirecionamento, sempre priorizando a segurança e a dignidade da pessoa.
3️⃣ Recuperação e restauração do vínculo:
Depois da crise, existe um processo muito importante: garantir que a pessoa se recupere emocionalmente e que o vínculo terapêutico não seja quebrado.
✔️ A boa notícia é que tudo isso pode ser aprendido.
Existem sistemas, como o PCM – Professional Crisis Management, que capacitam profissionais exatamente para isso: prevenir, intervir e restaurar, de forma ética, segura e respeitosa.




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